Amo Belo (foto: FH) |
1º Dom Boaventura da Costa
Era natural de Same. E era filho de Dom Duarte da Costa e da senhora dona Rosa da Costa Noikerek. Dona Rosa era natural de Viqueque e era irmão do liurai Dom Mateus de Araújo (conforme Mestre António Vicente Soares) A minha opinião é de que Dona Rosa era irmã de Dom Mateus da Costa Rangel Pinto, régulo de Viqueque. Dom Boaventura teve um irmão, Vicente da Costa e duas irmãs: Maria da Costa e Quitéria da Costa.
Boaventura da Costa foi educado na escola das Missões Católicas, em Lahane (Díli). No Relatório sobre as Missões e estabelecimentos de ensino, o então Superior e Vigário Geral das Missões de Timor afirmava que Dom Boaventura “entrou no Colégio da Missão de Lahane em 1895, e foi raptado pelo povo de Manufahi em 1898, por ocasião da revolta daquele reino”. Nesse relatório, o nome dele era: Boaventura da Costa Fernandes.
Dom Boaventura da Costa casou com dona Paulina, a filha do régulo de Maubisse. O casal teve uma filha: Dona Rosa da Costa.
Derrotado na guerra de Manufahi Dom Boaventura rendeu-se no dia 26 de Outubro de 1912. Foi preso e levado para Díli onde as autoridades lhe destinaram um destino desconhecido. Não sabemos se foi mandado para a cadeia de Aipelo (Bazartete), para o presídio de Balibó, de Batugadé ou para a ilha de Ataúro. Em 1913 foi destituído de todas as dignidades: de régulo de Manufahi e da patente de coronel.
Também se desconhece o dia da morte e do local onde foi enterrado. Alguns timorenses, entre os quais o antigo Bupati de Baucau, Abel belo, contam que o seu corpo ficou enterrado à entrada do cemitério da Santa Cruz em Díli.
Segundo o senhor António Vicente, autor do livro Pulau Timor, o régulo Dom Boaventura foi preso na margem do rio Clere entre Alas e Fauberliu. Foi levado para Same e depois para Díli. Foi mandado para o calabouço de Aipelo e dali para Batugadé. Em 1913, foi julgado por um tribunal em Balibó. Enquanto estava preso na tranqueira de Batugadé, foi entregue pelos guardas do presídio a alguns homens de Soe (Timor holandês), em troca de alguns garrafões de aguardente. Dom Boaventura foi então levado para Soe, onde viria a casar com a filha do régulo Hal-Tama, em Noemuti. Dom Boa faleceu em Soe, em data desconhecida, e foi enterrado a uns quinze quilómetros a norte de Soe. (cfr. António Vicente Soares, Pulau Timor, p. 93-94).
2º. Governador Filomeno da Câmara Melo Cabral, Governador de Timor entre 22 de Janeiro de 1911 e 29 de Setembro de 1917. Nasceu em Ponta Delgada (Açores) a 10 de Março de 1873 e alistou-se ma Armada em 8 de Novembro de 1890.
Foi o primeiro governador de Timor nomeado pela República. Na guerra de Manufahi foi comandante em chefe de todas as forças.
Regressado a Portugal desenvolveu várias actividades. Foi governador de Angola por duas vezes (1918-1919 e 1929-1931). Em 19 de Junho de 1926 foi nomeado Ministro das Finanças, mas esteve no lugar apenas 22 dias. Foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra em 1930. Filomeno da Câmara faleceu em 27 de Janeiro de 1934.
Porto, 1 de Fevereiro de 2012
Dom Carlos Filipe Ximenes Belo
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